segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Física Quântica e Espiritismo I: Um Alerta!

Por Alexandre Fontes da Fonseca

Apesar dos fenômenos ao nível quântico revelarem uma realidade muito diferente da que estamos habituados, carecemos ainda de maiores pesquisas antes de afirmar que a Física Quântica está confirmando os princípios espiritualistas.

A Física Quântica tem sido considerada, no meio espírita, como em alguns grupos religiosos, como sendo aquela que vai confirmar a existência de Deus e do espírito. Nesta matéria, temos um ponto de vista mais cuidadoso do que é normalmente apresentado. De fato, os fenômenos ao nível quântico têm feito os cientistas se sentirem incomodados e perplexos já que eles mostram que na realidade os nossos cinco sentidos nos fazem crer numa verdade ilusória. Porém, isso não significa que a Física Quântica esteja admitindo a existência de “algo exterior” ou “além da matéria”, conforme proposto pelas doutrinas espiritualistas. O movimento espírita deve, portanto, ser cuidadoso ao divulgar idéias ligadas aos fenômenos espíritas e àquelas propostas pela Física.

Nesta matéria um importante alerta é feito: afirmativas como “o perispírito causa a flutuação do vácuo quântico”, “a Física Quântica prova a existência de Deus” e “o espaço-tempo negativo representa o mundo espiritual”. Estas afirmativas carecem de credibilidade tanto científica como espírita, porque não foram obtidas conforme critérios científicos e da Doutrina Espírita. Não se sabe como essas conclusões foram obtidas e que passos teóricos e experimentais foram seguidos para obtenção do resultado final. Para que uma afirmativa seja considerada científica, não basta que ela envolva um assunto científico e nem que o autor dessa afirmativa seja cientista. É preciso que seja apresentada uma explicação mais detalhada e doutrinariamente embasada.

Apesar das nobres intenções de nossos irmãos que divulgam essas idéias, elas podem trazer conseqüências negativas para o movimento espírita. Para entendermos melhor o enfoque do problema, citamos Kardec (item VII da Introdução de O Livro dos Espíritos[1]): “Na ausência de fatos, a dúvida é a opinião do homem prudente”. Esta é a principal razão pela qual se deve tomar cuidado na divulgação de idéias e teorias espíritas que utilizem conceitos das outras ciências. Como os paradoxos da Física Quântica ainda não foram resolvidos pelos cientistas, é prudente esperarmos pelo desenvolvimento das pesquisas nesta área, de modo que possamos, como espíritas, nos posicionarmos melhor perante elas. Pelo simples fato de que nem todos os resultados experimentais da teoria quântica foram totalmente explicados, não autoriza ninguém a afirmar, por exemplo, que Deus ou o espírito é que estão por trás desses fenômenos. Esta atitude é equivocada, não-científica e, o que é pior, expõe o Espiritismo a críticas desnecessárias, afastando as pessoas que trabalham no meio científico e que conhecem bem o assunto.

Novas descobertas causam enormes revisões nos modelos teóricos existentes, demonstrando a fragilidade e o caráter efêmero das recentes teorias da Física. Recentemente tivemos a oportunidade de comentar a respeito desta fragilidade na Física, devido a uma importante descoberta na Física de partículas, e comparar com a solidez da Doutrina Espírita que passou incólume perante todos os descobrimentos do século XX[2]. Esta solidez se dá justamente porque o Espiritismo é uma doutrina baseada em fatos experimentais[2]1.

Comumente critica-se a comunidade científica por não se interessar pelas questões espiritualistas, no entanto, essa postura é bastante prudente. Imaginem se a Ciência desse crédito a toda teoria espiritualista que diz basear-se na Física Quântica para provar a existência de Deus, do espírito ou qualquer outro princípio. Uma pesquisa rápida na internet mostra que existem grupos e seitas religiosas que se utilizam da Física Quântica para darem respaldo aos mais variados assuntos. É importante saber que a comunidade científica prefere rejeitar tais idéias do que se arriscar com uma que seja completamente equivocada. Não foi isso que Kardec nos orientou com relação a novas questões? O espírito de Erasto nos orienta: “mais vale repelir 10 verdades que admitir uma só mentira, uma só teoria falsa”[4].

Por outro lado, esta afirmação não impede ao leitor de estudar e pesquisar seriamente tais fenômenos. Propostas teóricas serão sempre bem vindas.Porém, é preciso que o pesquisador entenda perfeitamente tanto as informações científicas quanto a Doutrina Espírita. É necessário que cada proposta teórica seja consistente tanto com os fenômenos materiais, quanto com os doutrinários aos quais se referem. Um ponto importantíssimo é que qualquer idéia ou sugestão não comprovadas cientificamente deve ser divulgada e declarada como tal e não como uma certeza científica. Isto é importante, pois orienta os futuros leitores quanto ao atual status da pesquisa em determinados assuntos.

Na próxima matéria pretendemos explicar porque alguns fenômenos ao nível quântico geram uma idéia de que algo de origem divina esteja por trás deles. Comentaremos alguns pontos positivos e negativos a respeito da recente proposta espiritualista feita pelo físico Prof. Dr. Amit Goswami para solucionar os paradoxos da Física Quântica.

Lembremos ainda o ceticismo de Allan Kardec com relação às mesas girantes antes de conhecer melhor as causas do fenômeno. Achava ele que se tratava de um frívolo divertimento sem objetivo muito sério. Mas após constatar o fenômeno, buscou interpretá-lo à luz dos conhecimentos científicos da época. E, percebendo que os fatos tinham origem inteligente, Kardec iniciou um longo e paciente trabalho de pesquisa onde, somente após muita observação, estudo e questionamento, publicou sua primeira obra, O Livro dos Espíritos. Caros irmãos de ideal espírita, a ciência se desenvolveu muito desde então, porém, o exemplo do Codificador permanece tão atual quanto o foi em sua época. Sigamos o seu exemplo trabalhando na pesquisa espírita com muita perseverança, paciência, observação, meditação, estudo e, só então, depois de muita análise e muita autocrítica, é que devemos levar a público os frutos de nossa pesquisa. Não é necessário pressa, mas sim que tenhamos cuidado naquilo que estivermos informando. Nada como um pequeno passo após o outro. As gerações futuras agradecerão nossos esforços de hoje.

Referências:
[1] Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, FEB, 76a. Edição, (1995).
[2] A. F. da Fonseca, Revista Internacional de Espiritismo, março, p. 93 (2003).
[3] F. Capra, O Tao da Física I, Editora Cultrix LTDA, 15a. Edição, (1993).
[4] A. Kardec, Revista Espírita 8, p.257, (1861).
1 Na matéria da referência [2] o leitor encontrará, também, um comentário a respeito das críticas ao famoso livro “O Tao da Física”[3].

"O impacto de um pai"

Pai, você não sabe disso agora...


...mas eu estou te observando.


Observando as coisas que você faz.


Observando como você trata as pessoas,


o modo como você trata a mim, a minha mãe e a minha irmã.


O modo como você vive está tendo um grande impacto em mim.


Quando chegar a minha hora de escolher uma profissão, e prover para minha família a sua
ética no trabalho estará na minha mente.


O tempo que você passa comigo mesmo que fazendo algo bobo fará com que eu me sinta mais
confiante.


Haverá momentos em minha vida em que eu lutarei com minha integridade.


E talvez eu não esteja certo do que fazer.


Mas me recordarei de como você defendia aquilo que era correto, mesmo quando você podia
ter olhado para o outro lado.


Algumas das escolhas que você está fazendo eu também farei.


Por favor, não tenha medo de me mostrar seus fracassos, de mostrar os seus erros.


Eu aprenderei com eles.


Pai, você está ouvindo?


Eu estou observando.


Observando se você realmente crê naquilo que fala sobre Deus.


Eu preciso da sua ajuda para me mostrar o caminho.


Me mostrar como viver uma vida que não é segura. Mas é boa!


Eu estou te observando, pai.


Todos os dias.


Você está me ensinando como viver...


... ainda que não saiba.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

"Como nasceu o Espiritismo"

ALLAN KARDEC


Allan kardec nos ensina que o Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo.
Como surgiu o Espiritismo? - Os fenômenos observados no ano de 1848, na aldeia de Hydesville, nos Estados Unidos, despertaram tanto a atenção do público, que motivaram estudos rotulados à epoca como Espiritualismo Moderno. A família metodista dos Fox vivenciou acontecimentos inusitados: objetos movendo-se espontaneamente, golpes e pancadas sobre os móveis e as paredes, aparentemente sem nenhum tipo de interferência física.





As duas filhas do casal Fox, Margareth e Katie, que tinham, respectivamente, 12 e 15 anos, perceberam que os golpes não eram aleatórios, e criaram um código para estabelecer um contato inteligível com a força produtora dos sons, que se identificou como um Espírito. A notícia espalhou-se, rapidamente, pela região e por todo o país, transformando as irmãs Fox em figuras altamente conhecidas. O fenômeno ficou mundialmente conhecido e, na Europa, era produzido como curiosidade e passatempo de salão. Surgiram, assim, as primeiras reuniões em torno das mesas girantes.

Muitos cientistas se interessaram pelo estudo dos fenômenos espirituais. Nos Estados Unidos, o movimento espiritualista teve centenas de teóricos, estudiosos e médiuns, milhares de simpatizantes e adeptos. Obteve um rápido florescimento, sofrendo uma curiosa integração com diversos ramos do protes-tantismo. A quem se interessar por conhecer mais detalhes, recomendo a leitura de “História do Espiritismo” de Artur Conan Doyle.

Hippolyte-Léon Denizard Rivail, pedagogo francês, foi quem sistematizou as revelações ditadas pelos Espíritos, construindo um corpo teórico de natureza filosófico-científica. Rivail estudou no Instituto de Educação do Professor Pestalozzi, na Suíça e, depois de formado, foi, durante anos, professor, diretor de Liceu e escritor de livros de ciências, pedagogia e matemática. Preocupado com a investigação pedagógica, onde sobrepunha a razão a qualquer forma de afirmativa dogmática, fosse religiosa ou científica, defendia o direito de livre-exame em qualquer matéria, tanto de fé como em outra forma de conhecimento, combatendo a intolerância e o dogmatismo religioso.

Em 1855, Rivail foi convidado a freqüentar sessões de comunicação espiritual e voltou sua atenção para o estudo dos fenômenos tidos como sobrenaturais. Após várias observações e experiências, concluiu que tais ocorrências não eram sobrenaturais, porque obedeciam a leis naturais ainda pouco conhecidas pelos homens. Entendeu que se abria a possibilidade de uma investigação direta sobre a condição da alma após a morte, a condição dos Espíritos e a prova definitiva da imortalidade da alma. Organizou sistematicamente seus estudos sobre a matéria, demonstrando a seriedade do assunto e, ao publicar o primeiro livro resultante do trabalho que efetuou: “O Livro dos Espíritos” (18/04/1857), assumiu o pseudônimo Allan Kardec, nome que, segundo informações espirituais, ele havia tido em uma antiga encarnação ao tempo dos Druidas. Com a publicação de mais quatro livros: O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese, Allan Kardec concluiu sua tarefa de lançar as bases de uma filosofia, cujo propósito é a renovação da humanidade, pela prática da moral cristã.

Solidão

Solidão

Não se misture tão de perto com os outros. Amizades não nos satisfazem, a menos que estejam enraizadas no amor mútuo ao Senhor. Nosso desejo humano por compreensão amorosa por parte dos outros é, na verdade, o desejo da alma por unidade com Deus. Quanto mais buscarmos satisfazer esse desejo exteriormente, menos provável será encontrarmos o Companheiro Divino.

Paramahansa Yogananda,

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Quando perceber a irritação

Meu irmão, não creia em milagre. Procure compreender que cada homem vive, sofre, o resultado de sua própria evolução. Para alcançar o equilíbrio é necessário alcançar o autoconhecimento que permite a disciplina pessoal.

Não estrague o seu dia; coragem, o seu mau humor, a sua ira, o seu ódio, não fazem outra coisa senão destruir, criar desolação, angústia, provocando insegurança em todos os que o cercam.

Não esqueça que para vencer a dor o homem precisa conhecer os seus objetivos, saber administrar o seu interior, pois assim fará sublimação com dignidade. A provação aumenta a visão interior, abre os horizontes da alma, liberta o ser.

Mostre a sua boa vontade em qualquer situação. Revele- se, colabore, seja solidário, trabalhe em benefício de todos; guarde a calma, faça a paz, seja sensato.

Intensifique a consciência do bem, estude, pesquise, trabalhe, não reclame, não se deixe amedrontar pelo desânimo; esteja sempre preparado para não perder o sentido inteligente da vida.

O acadêmico da espiritualidade tem certeza de que o exercício do bem se traduz pela luz no espírito, na qual a visão interior amplia os horizontes, elucida, promove grandes transformações.

Na escolaridade da Terra, aquele que compreendeu o seu significado é solidário, respeitoso e justo com o seu igual; está sempre pronto à renúncia do “EU”, portanto sua vida significa dedicação ao trabalho, compreensão, serenidade, esperança, resignação, calma, perdão, amor, paz, humildade, permanente renovação, alegria constante.

O homem que faz autoconhecimento percebe que o silêncio interior é a celebração plena da vida, o encontro do ser com o SER em todo o Universo, dentro de cada um, num processo constante de aprendizado.

Quando você perceber que a irritação está tomando conta de sua pessoa, reaja, procure em seu interior os momentos de alegria vividos, revise os seus ideais, não lastime, caminhe com determinação. A prece e a vigiliatura respondem a todas as questões humanas, são responsáveis pelo equilíbrio.

O homem marca o seu lugar na Terra pela força de seu trabalho, pelo desprendimento, pela renúncia moral, pelo caráter, pela consciência de seus objetivos; a dignidade humana está sempre presente quando a intenção é boa.

Aquele que crê na justiça do Creador é paciente, benigno, aplicado ao bem, caritativo, esperançoso; sabe suportar, esperar, sofrer as provações com altruísmo; reconhece que não há efeito sem causa, tem perene juventude, é feliz sem exigências.

Amor, trabalho, evolução.

Mensagem extraído do livro "Na luta do cotidiano, A força do amor"
pelo espírito Leocádio José Correia
Psicografado pelo médium Maury Rodrigues da Cruz

Agradecimento

Agradeço-Te, ó Deus porque, sou parte de Tua vontade, vivo, penso e existo em Ti.

Agradeço-Te pela inteligência, sabedoria e eternidade que residem em meu espírito, permitindo viver em Tua vida, sentir a Tua verdade, se a felicidade.

Agradeço-Te pelas infinitas oportunidades que tens colocado em meu caminho, estreitando a comunhão entre os meus semelhantes, experienciando o meu eu inferior com meu eu superior.

Agradeço-Te pelo tempo que me destes para a evolução, pois para entender a tua presença o homem tem que viver e sofrer a sua própria convicção.

Agradeço-Te a prosperidade, a saúde, a doença, a paz, o amor, a alegria, a fé, a justiça... a vida eterna.

Agradeço-Te pela plenitude do ser.

LEOCÁDIO JOSÉ CORREIA
Mensagem psicografada pelo médium
Maury Rodrigues da Cruz
Extraída da obra:
“NO CENÁRIO DA VIDA”

O livre-Arbítrio e o Outro

O homem é livre!

Por quê? Pode-se dizer que goza de liberdade por ser o dono do seu pensamento.

Mas, somente por este motivo o homem pode ser considerado absolutamente livre ou, na realidade, é limitado em suas ações?

Deus é responsável ou controlador da liberdade do homem? E a sociedade onde se coloca nesta questão? Existe a liberdade coletiva ou ela é totalmente individual?

O homem pode ser responsabilizado por ter ou não ter liberdade? Depende somente dele sua liberdade?

É a justiça espiritual ou a justiça da Terra que liberta o homem? Eis uma grande questão para se discutir: o que é a liberdade?

Faça-se uma análise da natureza através de detida observação e se irá perceber que há por trás de todas as obras, o Creador. Chega-se a essa conclusão pela magnanimidade e pela ordem e equilíbrio das leis naturais. Tudo funciona perfeitamente bem: as estrelas não se chocam, as marés sobem depois baixam, o sol aparece de manhã e se põe ao entardecer, daí surge a lua, de uma pequena sementinha obtém-se uma frondosa árvore. Os rios nascem, crescem, correm por entre as montanhas e os animais vivem de acordo com essa natureza, e dependem intensamente dela.

Há um Deus que a tudo cuida e controla?

O que se pode perceber é que existem sistemas que funcionam na natureza; são as leis naturais que administram a Terra, os planetas. O caos e o equilíbrio dão o sentido da vida no Universo.

O homem está sujeito a essas leis naturais?

Observa-se que o homem, o espírito encarnado, vive de acordo e em consonância com a natureza e que depende dela, sim, porém pelo seu pensamento e inteligência se diferencia de todos os outros seres. Enquanto os animais dependem das estações climáticas para sobreviver, o homem se protege pelo uso de roupas e equipamentos e, assim, avança em tecnologia e em conhecimento, pois ele – o homem – faz uso de uma grande lei universal chamada livre-arbítrio.

A lei do livre-arbítrio abrange o ser inteligente como um todo, se de um lado ele tem a liberdade de pensar, de agir, de criar, por outro lado é totalmente responsável pelas conseqüências dos seus atos, sejam eles bons ou maus. A lei é inexorável: plantou, colheu!

O homem, sendo um ser social, não vive só, mas em grupos de indivíduos, que fazem parte da sociedade e compõem a cultura de uma determinada região, de um povo, de diversos povos, que por sua vez compõem a massa populacional da Terra, que faz parte da humanidade. Os indivíduos estão intrinsecamente ligados pelas suas necessidades. O homem sozinho não é capaz de se realizar. Necessita dos diferentes para o próprio autoconhecimento. Assim, sua vida está pautada pelas suas ações que interferem na vida de outros e pelas ações de terceiros que interferem na sua própria vida. Há um intercâmbio de ações que a todos atinge e influencia – individualmente e coletivamente. Se, por um lado, há o livre-arbítrio da ação, há também a responsabilidade pela ação, cujos desdobramentos poderão causar problemas ao outro.

Então, o homem não é livre para agir, pois que tem que respeitar o direito e os limites do outro?

A ação é livre, porém suas conseqüências devem ser objetos de preocupação, eis que poderão interferir no direito do outro.

Assim, há o livre-arbítrio para o homem agir de acordo com o seu pensamento, seus sentimentos, sua vontade, suas percepções e seu autoconhecimento, mas que está atrelado às conseqüências dos próprios atos, às limitações de cada situação e, principalmente, no que se refere o respeito aos direitos do outro indivíduo, que por sua vez, goza e desfruta da mesma liberdade de pensamento, dos mesmos direitos e obrigações inerentes ao ser humano.

Consideradas essas situações dentro da sociedade humana, conclui-se que o homem é livre!

Alvino Chiaramonti

Parábola do Semeador

Parábola do Semeador
Eis que o semeador saiu a semear e, ao semear, {uma parte} caiu à beira do caminho, e vieram as aves e as comeram. Outra {parte} caiu sobre {solo} pedregoso, onde não havia muita terra, e brotou imediatamente, por não haver profundidade de terra. Raiando o sol, foi crestada e, por não ter raiz, ressecou-se Outra {parte} caiu sobre espinheiros; os espinheiros subiram e as sufocaram. Outra {parte} caiu sobre terra boa e dava fruto: uma cem, outra sessenta e outra trinta. Quem tem ouvidos, ouça!

Ajuda-me a olhar?

Ajuda-me a olhar?

Diego não conhecia o mar.
O pai, Santiago Kovadloff, resolveu levá-lo para que conhecesse o mar gigantesco.
Viajaram para o sul. O oceano estava do outro lado dos bancos de areia, esperando.
Quando o menino e o pai alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar apareceu na frente de seus olhos.
Foi tanta a imensidão do mar, tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo com tamanha beleza.
E, quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
“Pai, me ajuda a olhar?”
* * *
Nós, pais, estamos no mundo para ajudar nossos filhos a olhar.
Por trás desse me ajuda a olhar, de menino inocente e admirado, estão as grandes questões da educação no lar.
A pergunta do filho poderia ser entendida como: Pai, me ajuda a perceber todas as belezas, as nuances, tudo que ainda não consigo perceber?
ajuda-me a saber admirar as coisas importantes da vida, você que já viveu tanto e tem tanta bagagem de mundo, tanta experiência?
Ajuda-me a compreender a existência, seus desafios, seus objetivos maiores?
Ajuda-me a não temer os problemas, a aprender com eles, toda vez que resolverem aparecer?
Ajuda-me a caminhar? Sem precisar caminhar por mim, pois tenho que descobrir meus próprios passos, mas, nos primeiros, principalmente, você fica ao meu lado?
E quando eu cair, você vai estar lá? Pois muitas coisas neste mundo me assustam, e preciso de uma segurança, de um lar para onde eu possa voltar.
Ajuda-me a olhar para dentro de mim, pai?
Preciso me conhecer para me amar, para me perdoar e não deixar que a culpa me faça menor.
Ajuda-me a olhar para dentro de mim?
A descobrir minhas potencialidades, minhas habilidades, o que tenho de bom?
Pois se você, pai, disser: “Você pode, meu filho. Você tem capacidade você é inteligente...” Aí sim, vou acreditar.
E, se nessa busca eu encontrar algo que não goste, não suporte, você me ajuda a eu não desistir de mim mesmo?
Por isso preciso de você aqui, ao meu lado, me ensinando a olhar o mundo e a mim com olhos de quem quer a paz e não mais a discórdia, a violência.
Por isso preciso que me ensine a olhar, que me ensine a escolher para que, um dia, quando meus olhos estiverem vendo o oceano, da altura dos seus... eu então possa dizer ao meu filho:
“Vou lhe ensinar a olhar, meu filho, não se preocupe. Segure firme em minhas mãos e vamos olhar o mundo juntos... Sempre juntos.”
* * *
Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, em O livro dos Espíritos assevera:
Os Espíritos apenas entram navida corporal para se aperfeiçoar e melhorar.
A fraqueza da idade infantil ostorna flexíveis, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devemfazê-los progredir.
É então que podem reformar seu caráter e reprimir suasmás tendências. Este é o dever que Deus confiou a seus pais, missãosagrada pela qual terão de responder.

Redação do Momento Espírita com base em trecho de O livro dos abraços, de Eduardo Galeano, ed. Porto e no item 385 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 01.12.2011.

Canção do ontem

.Canção do Ontem
Que estranho, o ontem e o hoje sendo.

Depois, vem o amanhã que será;

O que passou é nostalgia que estamos vivendo,

No vagar das espumas, do tempo que virá.



E o velho fica moço,

O moço fica velho.

Talvez o tempo seja um laço

De lembranças, de moço e de velho.





Quando olho o passada, veja a janela fechada.

Na vivência do presente, sinto a vibração da consciência,

Entre o ontem, o hoje e o amanhã, o nexo da fachada,

A luz, a sombra, o amor, as lágrimas, toda a existência.



Como são coloridos, belos, os dias, as flores.

O véu da noite traz suspiros e devaneios;

O sol descortina o coração, os amores.

Todos os dias a vida corre, como em passeios.



Poema de Maury Rodrigues da Cruz, retirado da obra: Canções.

Auto perdão e ação responsável

Suponhamos que a cada reencarnação recebemos do Criador um canteiro com uma terra muito fértil, para plantar flores, durante toda nossa vida.

Nascemos com as sementes das flores mas, ao invés de plantá-las, arranjamos sementes de espinhos e as semeamos, enchendo nosso canteiro de espinheiros.

vamos plantando os nossos espinhos, até o dia em que olhamos para trás e percebemos um grande espinheiro.

Então, podemos ter três atitudes diferentes:

Se cultivamos o culpismo, devido ao remorso de não ter plantado as flores que deveríamos, simplesmente nos condenamos a deitar e rolar no espinheiro para nos punirmos, tentando aliviar a consciência de culpa.

Se somos pessoas que cultivamos o desculpismo, começamos a dizer que foi o vento que trouxe as sementes de espinhos, que não temos nada a ver com isso, etc.

Finalmente, se buscamos a ação responsável, ao perceber o espinheiro, assumimos tê-lo plantado e arrependemo-nos do fato.

Depois, percebemos que as sementes das flores continuam em nossas mãos e que podemos começar a plantá-las, agora que estamos mais conscientes.

Ao mesmo tempo sabemos que devemos retirar, um a um, todos os espinhos plantados e plantar uma flor no seu lugar.

* * *

Reflitamos sobre as três atitudes:

De que adianta cravar os espinhos plantados na própria carne? Por que aumentar o sofrimento?

Por acaso os espinhos diminuem quando agimos assim? A verdade é que não. De nada adianta. Este é o mecanismo dos que nos afundamos na culpa e deixamos que ela comande nossas vidas.

Substituir os atos de desamor praticados à vida com mais desamor ainda para conosco mesmos não resolve e não cura.

Por outro lado, pensando naqueles que ainda conseguimos achar desculpa para todo e qualquer desatino, por mais absurdo que ele pareça, veremos:

Os que fingimos que o espinheiro não tem nada a ver conosco, apenas estamos postergando o despertar da consciência.

Agindo assim, muitas vezes continuamos plantando mais e mais espinhos, fazendo com que o estrago fique cada vez maior.

O hábito de sempre encontrar desculpas e justificativas para todas nossas ações tem caráter doentio e precisa de atenção imediata de nossa parte.

O ego, em fuga desastrosa, procura justificar os erros mediante aparentes motivos justos. Tal costume degenera todo senso moral e pode nos levar a desequilíbrios psicológicos seríssimos.

Apenas a última opção, a da ação responsável, é caminho seguro.

É uma atitude proativa, pois ao assumir a responsabilidade pelos espinhos plantados, arrependemo-nos e buscamos substituí-los pelas flores.

Nesse ato cobrimos a multidão de pecados, conforme o ensino da Epístola de Pedro, referindo-se ao poder de cura do amor.

Assim crescemos, aprendemos e ressarcimos à Lei maior.

* * *

Sempre que cometermos erros, procuremos nos autoperdoar, atendendo à proposta da ação responsável, que troca o peso da culpa pela carga educativa da responsabilidade.